"Em nosso mundo existem portais para outros mundos, e quando eles se abrem, os piores pesadelos se tornam realidade!"

O Relato a seguir mostra uma dessas situações!

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Olá a todos. Meu nome é Jaime, e vou contar aqui uma história que aconteceu comigo já há algum tempo atrás, quando eu trabalhava de motorista particular para uma família, aqui em Recife.

No ano de 1997 eu trabalhava como motorista particular para uma família de classe alta na cidade de Recife.
Como na casa onde eu trabalhava haviam muitas pessoas e também aconteciam muitos compromissos particulares e empresariais, existiam dois motoristas a disposição, um durante o dia, e eu, que trabalhava no turno da noite.
Lá na casa onde eu trabalhava, existia um quarto para descanso e pernoite, onde eu ficava quando não precisava sair, podendo dormir um pouco quando possível.
Durante o dia, o motorista que ficava de prontidão saía mais com os jovens para levá-los à aulas, shopping centers e outras atividades, e também com a patroa, para levá-la à casa de amigas, salão de cabeleireiro e coisas assim.

Já eu, que trabalhava no turno da noite, saía as vezes para levar as pessoas a festas, mas o mais frequente era atender o meu patrão, o Sr. Romualdo, o qual era um empresário e tinha jantares de negócio, reuniões até mais tarde da noite e realizava viagens.
Ele também pedia para que eu o levasse as vezes para uma fazenda afastada certa de 200 km da cidade, onde era uma propriedade antiga da família, comprada por seu avô, ainda no século XIX.
Essa fazenda era muito antiga e afastada de tudo, onde existia muito mato, árvores e construções antigas.
Eu achava o lugar muito assustador, ainda mais que as pessoas que moravam por lá contavam que acontecimentos estranhos aconteciam, como o avistamento de um velho caminhando a noite e depois desaparecendo, e até casos de lobisomens.

Eu não gostava de ir para aquela fazenda. Lá tinha um ar sombrio e meio estranho.
Talvez fosse pelo fato de que as construções fossem do século XIX e também por ter sido uma fazenda de escravos, não sei, mas para mim era meio arrepiante ir para lá, até que um dia aconteceu um fato extraordinário que jamais esquecerei.
Bem, certa vez, em uma quinta-feira (não me esqueço o dia), meu patrão me disse para levá-lo para a fazenda.
Então saímos da casa por volta das 18:30', sendo que a viagem levava em média de 3 horas a 3 horas e meia para chegar até lá, porque tínhamos que pegar um bom trecho em estrada de terra.
Meu patrão, todo formal, sempre iá no banco de trás, com seu chapéu tradicional, lendo alguns documentos ou jornais, os quais sempre levava, e não conversava muito.

Sempre que eu levava meu patrão para a fazenda, dormíamos lá e voltávamos no outro dia, ou de manhã ou a tarde.
Quando isso acontecia, eu ganhava horas extras, o que era ótimo para mim.
Então chegamos na fazenda naquela sexta-feira, por volta das 21:30', sendo que meu patrão pediu para um empregado de lá retirar suas malas e levar para a casa sede.
Eu também peguei minhas coisas e levei para o quarto na casa de hóspedes (uma casa menor que ficava ao lado da casa sede, onde ficavam os convidados quando em viagem).
Passamos a noite lá, e no outro dia meu patrão disse que retornaríamos por volta das 19:00'.
Passei o dia na fazenda, o que estava muito gostoso por sinal. Cheguei até a andar a cavalo para minha alegria.

Quando chegou à tardezinha, preparei as coisas para retornar, sendo que meu patrão disse que talvez atrasaríamos um pouco para sair, porque estava esperando um amigo dele chegar com uma encomenda.
Então quando chegou às 19:30' eu fui para o carro com tudo pronto e fiquei ouvindo música, esperando meu patrão, e foi quando aconteceu "aquilo".
O tempo passou e por volta das 20:15' eu ouvi passos vindo para a direção do carro.
Então olhei no espelho e vi um homem alto, forte e de terno vindo para o carro.
Então pensei: "O patrão está chegando".
Então o homem abriu a porta, entrou no carro e se sentou no banco de trás, e não falou nada".
Então eu disse: "vamos patrão".
Ele não disse nada. Então eu fiquei quieto, liguei o carro, saímos e pegamos a estrada.

Eu achei meio estranho que ele não abriu a boca no caminho todo, ficando apenas quieto com seu chapéu meio inclinado para frente, ficando apenas observando.
Por volta das 23:40', chegamos em sua casa.
Então eu entrei, passei pelo jardim e parei o carro como sempre fazia.
Quando eu ia perguntar se ele precisaria de mais algum serviço meu, qual não foi minha surpresa quando olhei e não o vi mais dentro do carro.
Então pensei: "Nossa, o patrão estava com tanta pressa, que abriu a porta e saiu, e eu nem vi".
Bem, então guardei o carro e fui para meu quarto dormir, pensando que alguém iria buscar as bagagens depois.

Só que quando se passaram uns 30 minutos que nós havíamos chegado, a empregada da casa veio me chamar porque a patroa estava querendo falar comigo.
Fui até a sala da casa, e quando cheguei lá minha patroa estava muito brava, e me perguntou porque eu saí da fazenda e deixei seu marido (meu patrão) lá sem falar nada.
Eu fiquei perprexo, e disse que não. Que ele veio comigo no carro até a casa.
E ela disse para eu parar de mentir, porque seu marido havia telefonado e estava furioso porque ele tinha que voltar naquela noite e eu havia saído sem ele.
Eu nem conseguia explicar o que havia acontecido. Fiquei meio em choque, fora do ar, porque afinal eu tinha trazido o meu patrão (ou pelo menos alguém igualzinho a ele) de carro da fazenda até a casa na cidade.

Então minha patroa disse para eu voltar de manhã bem cedo para buscar meu patrão na fazenda e que iria pensar se me demitiria ou não.
Bem, bem cedo, por volta das 05:00' da manhã eu saí e fui para a fazenda buscar meu patrão.
Chegando lá o encontrei com a cara amarrada e muito bravo com o que tinha acontecido.
Então eu contei o fato para ele, e claro, não acreditou e disse que talvez me demitiria.
Então o capataz da fazenda interveio, e disse para e o meu patrão relevar o fato, pois coisas estranhas aconteciam naquela fazenda.
Uma vez o capataz disse que a noite ele pôde jurar que viu meu patrão atravessando gramado da casa sede por volta da meia noite.
Meu patrão ficou espantado com as histórias e não falou mais nada. Pediu apaenas para retornarmos o mais rápido possível para a cidade.

Quando retornamos, ele depois disse que pensou bem e que não iria me demitir, pois ele acreditava que nesse mundo existem fatos que não tem explicação e que me daria uma nova chance.
Eu fiquei muito grato, mas um mês depois do que aconteceu, eu pedi demissão e fui embora de lá.
Eu não queria voltar mais para aquela fazenda e correr o risco de encontrar "aquilo" que eu levei no carro por mais de 3 horas pensando que era meu patrão, e na verdade era "não sei o que".
Hoje evito viajar a noite, principalmente sozinho e muito menos ir em locais assustadores como aquela fazenda.

Não sei o que foi aquilo que eu levei no carro pensando que era meu patrão, mas essa foi minha experiência sobrenatural verídica.
Espero que quem leia acredite, pois foi um fato real que eu nunca mais quero presenciar.

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Jaime Recife - PE - Brasil

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